Já ouviu alguma mulher falar que queria largar o trabalho e ficar em casa cuidando do filho? Eu já ouvi isso algumas vezes… e inclusive já me senti assim mesmo que por pouco tempo.
Esse desânimo com a vida profissional é muitas vezes por conta de uma sensação do tipo: onde é que fui me meter? Querendo ser boa em tudo… As mulheres se cobram muito, mas além disso ainda se torturam como questionamentos do tipo, e se eu fizesse assim e se eu fizesse diferente? E se eu cuidasse do meu filho até ele ir pra escola? E se eu me dedicar demais ao trabalho, será que minha filha vai sofrer? Será que vou me arrepender?
Existe uma enorme pressão na cabeça das mulheres hoje, querendo ter excelência em tudo o que fazem. Muito disso porque lutamos por direitos iguais, conquistamos algumas coisas e ainda têm outras por vir. Essa busca pela equidade é justa, porém as mulheres que estão no mercado de trabalho e que se tornam mães sofrem dobrado, triplicado. O mercado não está preparado para a mulher moderna que trabalha e cuida do filho e muitas vezes os pais não entenderam que precisam dividir tarefas e responsabilidades, é o reflexo de uma cultura de muitos anos.
Antigamente, talvez nem tão antigamente assim…na época da minha mãe e da minha avó, a maioria das mulheres não trabalhava fora, era normal não ter profissão, ser exclusivamente mãe e dona de casa. A vida era mais fácil… será? Acho que não!
Por um longo tempo as mulheres foram submissas, dependentes e infelizmente até consideradas inferiores aos homens. Mulher sequer podia votar!
Eu tenho consciência de que tenho muita sorte, pois hoje tenho liberdades pelas quais não precisei lutar e mais trabalho com o que amo! Tenho muito trabalho e responsabilidade, às vezes passo noites em claro com a cabeça cheia de ideias e preocupações… mas não troco nada disso por uma vida diferente. Nada contra a quem opta por ser mãe e cuidar da família exclusivamente, é uma decisão difícil para ambas as opções.
Toda escolha traz consigo bônus e ônus. Ir pela pista da direita é deixar de ver a paisagem na esquerda… e é assim mesmo, não dá pra ter tudo ao mesmo tempo.
As conquistas das mulheres foram lentas e ainda temos muito pela frente. Desigualdade dos salários ainda existe, mas muitas profissionais competentes conseguiram estabelecer seu valor e equiparar os salários com os homens. Quem acompanhou a série House of Cards sabe que a atriz principal Robin Wright pleiteou igualdade salário ao do ator principal (Kevin Spacey) seu marido na trama e conseguiu! Os dois eram os protagonistas na série, nada mais justo! Foi lindo de ver!
Machismo, feminismo ou igualdade?
Infelizmente, ainda temos muitos traços do machismo no Brasil e o feminismo é um conceito ainda não entendido e difundido na nossa sociedade.
Ao falar a palavra feminismo muita gente se posiciona contra, embora demonstrem que apoiam a igualdade.
O que muitos não sabem é que o termo feminismo, apesar de parecer oposto ao machismo, ou seja a superioridade das mulheres versus a superioridade dos homens, na verdade quer dizer outra coisa totalmente diferente!
Feminismo quer dizer igualdade entre os gêneros.
Feminismo é um movimento político, filosófico e social que defende a IGUALDADE de direitos entre mulheres e homens. (Fonte: significados.com.br)
Mas porque usar esse termo quando o que queremos na verdade é equilíbrio e igualdade?
A resposta veio de uma boa pesquisa sobre a origem do Feminismo e a explicação é que com O intuito de reduzir a desigualdade existente ao longo de muitos e muitos anos, em que o homem era considerado superior à mulher (machismo), a solução foi criar um termo forte para elevar o feminino, empoderar e assim minimizar essa disparidade. Adotando-se então, o termo Feminismo.
Isso já foi tema de debate aqui em casa. Certa vez estava uma amiga aqui e rolou o assunto machismo x feminismo e eu falei que aqui em casa somos todos feministas! Meu marido respondeu: feministas não, nós somos a favor da igualdade! Estávamos falando a mesma coisa, porém usando nomes diferentes! Engraçado a gente falar no plural, meio que respondendo como um grupo, mas é porque temos consenso no assunto.
Voltando ao debate, foi a oportunidade perfeita para sacar o celular e mostrar pra todos um vídeo maravilhoso do Mario Sergio Cortella com toda sua didática explicando o que era o feminismo!
Vou deixar o vídeo aqui em baixo, é rapidinho e vale muito à pena :
Eu me considero feminista, a favor da igualdade e você?
Na sua opinião, valeu a pena a luta das mulheres pela igualdade?
Feminista sempre! E como é difícil esse mundo corporativo… O machismo da nossa sociedade está intrínseco e as vezes me sinto meio derrotada tentando combater. O último exemplo que tive foi no meu trabalho. Senti que meu inglês está enferrujado e que previso melhorar. Daí minha líder no projeto neto disse “nós nos cobramos demais. A gente tem sempre que ser perfeita. Homem não pensa assim, eles vão lá e fazem. Sem medo.”
E não é que é verdade? Por isso sigo e quero ensinar isso pra minha filha: Não tenhamos medo!
Precisamos de muita coragem para saber dizer sim e não quando for oportuno, sem medo de desagradar porque é isso que nos cansa, querer perfeição, querer fazer tudo o que “deveria” ser feito. Fazendo o nosso melhor dentro de nossas possibilidades! Vamos Juntas! <3